sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Apesar de distantes, partilhamos o mesmo espaço. Somos o produto da soma de uns e outros, cada um com o seu caminho e brilho diferentes, mas nem por isso menos importante...e no final...lá nos encontraremos, num qualquer ponto da vida.

2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Iluminados os que falam do coração sem proferirem uma única palavra. Iluminados os que ouvem com o coração sem ouvir proferir uma única palavra.

2010

quarta-feira, 4 de março de 2009

Vou dormir. Vou sonhar.
E nesse sonho esperar por ti,
Demore o que demore para te encontrar,
Já que até agora não o consegui.

Faz-me arrepiar com as tuas mãos.
Faz-me sentir bem, por favor!
Faz-me sentir o que sinto, não sei.
Paixão, desejo, atracção... amor?

Faz-me só mais uma caricia,
Dá-me só mais um aperto,
Faz aquele pequeno gesto de malicia
E sussurra-me ou ouvido, bem de perto.

Anda, vem comigo, deita-te ao meu lado.
Enrosca-te, aquece-me e cobre-me
Com esse teu cabelo encaracolado.

Mas... não me acordes,
Deixa-me ficar...
E sonhar...
Que és tu...!

2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

Se algum dia julgares ter perdido algo, desengana-te. Esse algo apenas se moveu do lugar de onde estavas habituado a vê-lo, e isso não significa que o perdeste.

2009

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Avisto o farol de terra firme,
Pois do tenebroso mar já de lá eu saí.
Busco nele a luz que me ilumine,
Naufraguei, dei à costa e sobrevivi.

Percorro um caminho incerto, sim eu sei,
Porque por atalhos gosto de me intrometer.
Percorro-os porém com a certeza de que nunca me queimei;
Pois o meu lema é: não fazer ninguém sofrer!

E ao longe essa tua ardente luz,
Que me tenta, que me seduz.
Um novo trilho que eu gostava de experimentar,
Se no teu farol me deixares lá entrar!

2008

sábado, 15 de novembro de 2008

Quem és, eu não sei,
Quem eu sou, tão pouco,
Senão mais que um pobre louco
Tentando viver à margem,
Sem ordem, regra ou lei.

Despertas em mim o desejo
Utópicamente criado
Por um sonho platónico.
Imagino esse teu corpo molhado
Pela espuma desse mar gelado,
E na areia, a marca...
De uma silhueta abandonada.

Ouço-te sem ouvir
Vejo-te sem te ver,
E imagino como será o depois,
De te conhecer...

Quem és? Eu não sei!
Quem eu sou? Tão pouco!
Mas gostava...

2008

sábado, 1 de novembro de 2008

Trago em mim este...
Ser de vidas passadas.
Carrego em mim, não sei...
Talvez, outrora desencontradas.

Busco a resposta à qual...
Nem sequer tenho pergunta.
Corro atrás de quem afinal?
Se o perseguido ao perseguidor se junta!

Não sei quem fui ou possa ter sido
Nem sequer se hoje sou parecido,
Se alguma vez o serei!? Sei lá!
Alguém sabe o que vou ser amanhã?

Será que fui o que sou?
Será que sou o que quis ser?
Alguém sabe para onde vou?
Será que alguma vez irei morrer??

2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Faço o que a minha consciência me mandar!
Actos de medo, aventura e coragem.
Vou para onde o pensamento me levar
Onde só avisto uma miragem.

Porém a consciência perdeu-se,
E a luz deixou de existir,
Tudo o que estava no seu lugar moveu-se
E a esperança, essa, deixei-a partir.

Ando perdido, sozinho, a vaguear no vazio,
Ando em voltas sem fim, no escuro, num caminho que não se define.
Nú, despojado, abraço-me e protejo-me do frio
E procuro a luz que me guie, que me aqueça, que me ilumine!

1994

sexta-feira, 30 de maio de 2008


Cai a pena ao de leve, da ave,
Num tom ao ouvido, que me suspira, suave,
Sobrevive a ave à qual pertenço, presa,
Desarmada, sem inimigo, numa luta, indefesa.

Da gaiola chama, na melodia, a morte,
Para o voo livre, ao vento, esplanar,
E ao mundo, de quem dele precisar, levar,
Por quem se tome de peito aberto, forte.

No vai e vem, sente na liberdade, baloiçar,
Vê-se lacrimejar, de olhos fechados, a voar.
Não há barreiras, nas grades, que impeçam,
Os que do alto tombam, e no pedestal tropeçam.

Cai a pena ao de leve, da ave,
E ao ouvido, sussurra, de quem sabe,
Quem queira ouvir, o segredo transmitir,
Só será livre quem em si existir!

2008

sábado, 26 de abril de 2008

Ser Passageiro


Ecos que me rompem o peito
Na verticalidade da atitude
Faço do abismo o meu leito
E da insignificância a magnitude.

Sinto esta força que me eleva
A um paradigma superior
A transcendência da alma que cega
A visão oculta pelo pudor.

O corpo etérico que emana a fonte
Da celestial virtude do ser
Numa caminhada para atravessar a ponte

Até à dimensão que se sente sem se ver.
É esta a viagem de um ser passageiro
O primordial detentor do poder verdadeiro.

2008