sábado, 26 de abril de 2008

Ser Passageiro


Ecos que me rompem o peito
Na verticalidade da atitude
Faço do abismo o meu leito
E da insignificância a magnitude.

Sinto esta força que me eleva
A um paradigma superior
A transcendência da alma que cega
A visão oculta pelo pudor.

O corpo etérico que emana a fonte
Da celestial virtude do ser
Numa caminhada para atravessar a ponte

Até à dimensão que se sente sem se ver.
É esta a viagem de um ser passageiro
O primordial detentor do poder verdadeiro.

2008

sexta-feira, 25 de abril de 2008


Estrela que brilhas no céu
Diz-me o porquê de existir
Regras forçadas pelo passado
E não pelo futuro que há-de vir.
Diz-me o que vês daí de cima,
O que de tão longe consegues vêr
E eu de tão perto nada descubro.
Fujo das perseguições,
E perseguem-me com elas.
Não há culpados, não os há!
Mas só pergunto porquê (?)
Porquê os "porquês"?
Não deixes de brilhar no escuro,
Ensina-me a ver o que vês,
Ensina-os a acreditar no futuro,
E explica-me o porquê dos "porquês"!

1997

quinta-feira, 24 de abril de 2008


A Lágrima, a Água,
Duas purezas tão distantes,
Uma escorre sem correr,
Outra mata sem saber.
Transparentes sem deixar transparecer
Emoções dificeis de conter.
Ama-me como eu te amo,
Vive como eu vivo,
Aprende, ensina-me e eu sigo!

1997

quarta-feira, 23 de abril de 2008


Completamente alheio ao que me rodeia
Escondido dos olhares ficticios
Continuo a ser perseguido
Pela mesma imagem, pela mesma sombra
Não pertenço a isto, não sou disto!
E a minha origem continua a chamar-me
Continua a puxar-me para o logos.
Lá! Não sei! Não sei! Não sei!
Não tenham medo, não tenham pena!

1996

terça-feira, 22 de abril de 2008


Eu, cúmulo,
Vagueio e devaneio
Pelo trilho equilibrado
Descentrado , acidentado,
Mas continuo, sem porém
Tropeçar, mas quando a
Queda se der, será para
Morrer, apodrecer e esquecer!!!
Não tenham pena!!
Mas por favor não se esqueçam...!!!

1998

segunda-feira, 21 de abril de 2008


Um homem passava
Na rua ao luar
Um cão uivava
Outro a ladrar
Um sonho voava
Na noite vazia
Cheirava a medo
Já não era cedo
Era hora de terror
Deixara o amor
Como um gato a miar
Gritos e gemidos
Perdeu os sentidos
Já não sabia amar
Recusou os pedidos
De uma boca amarela
Fugia e queria
Perder a mania
De matar por ela
Gato preto que seduz
Uma galinha na cruz
Levantou assim a mão
E no brilhar do luar
Pediu então perdão
Destroçado o coração
Que deixara de sonhar
Uma seta directa
Cuspida pelo fogo
E pelas costas foi
Apunhalado de novo.

1996