terça-feira, 15 de abril de 2008

Adejo


Quero fugir!
Fugir, fugir de tudo e todos,
Quero sair e ser livre,
Sair desta gaiola e voar.
Quero dançar a valsa da liberdade,
Correr e gritar,
Fugir do medo,
Das leis!
Quero alimentar os meus sonhos.
Quero ser eu!
Correr para longe sem olhar para trás,
Gritar contra o vento,
Molhar-me e andar nú,
Olhar para o céu e lá ficar
E descer sem que ninguém me puxe.
Quero ter-me a mim,
Só a mim e quem eu quiser!
Não ter ninguém atrás nem à frente:
Muitos e todos a meu lado.
Mas numa noite,
Ah! Essa noite,
Alguém que sou eu,
Alguém que é a morte,
Em seus braços me vai levantar
E juntos voaremos sobre o mar,
Para longe, para sempre...

1994

1 comentário:

Anónimo disse...

Voo aqui também. Já se vai tornando um ritual. I
luminado pela capacidade de verbalizar assim o que vai por dentro.
Para longe, sim. Para sempre? Quem dera...Nem sempre, nem nunca.