quarta-feira, 9 de abril de 2008
Decálogo de Poesia
Poesia é magia envaidecida
Sentimento de alegria ou infelicidade
Prazer e ansiedade desmedida
Critica a nós próprios ou à sociedade.
É espontaneadade que nos espanta
Uma mão descontrolada
É aquele amor que nos encanta
É a sedução da nossa amada.
É quando a consciência nos abandona
E sozinhos ficamos, desamparados
Com algo que nos pressiona
Com gritos que vêm de todos os lados.
São mil anos de raiva acumulados
A privacidade de um minuto de solidão
É honra, poder e sentimentos degolados
Como que pela força de um furacão.
São espiritos que nos surpreendem
Vozes que se ocultam
Ruidos que nos suspendem
E que a coragem sepultam
É o desejo de demonstrar
Toda a emoção que nos apoquenta
Toda a ilusão que nos faz lutar
É tudo aquilo que um homem enfrenta
É escrever um elogio ou insulto
Poder recitar uma endecha
Ou simplesmente vestir-mo-nos de luto
Por tudo aquilo que para trás se deixa.
É uma palavra, uma frase imprevisivel
Um pensamento, uma omissão inesperada
Pois então, toda esta surpresa não é passivel
De de Poesia ser chamada?
E a Poesia corre-nos nas veias
Como o sangue que vem dentro delas
-Homens! Apaguem as candeias!
E façam Poesia à luz das velas!
Pois o que se diz é Poesia
E o que se pensa Poesia é!
Façam-na de noite e louvem-na de dia
Mas quando o fizerem, por favor
Tirem-lhe o chapéu e façam-no de pé!
1994
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